Bota o bode na sala. Tira o bode da sala. Mas e a sala? Foi arrumada?
O bode é o problema. E um problema de grande monta. Imagina um bode, mal-cheiroso, molhado, 24 horas na sala. Mesmo não sendo um problema complexo, incomoda demais, e requer urgência em sua resolução.
O bode foi plantado lá, de modo proposital ou de forma conjuntural, pois é incomum ter bode na sala. A ideia é desviar a atenção do problema estrutural, que afeta a organização faz tempo, e que nenhum gestor resolve.
Deste modo, vários problemas conjunturais são representados pelo bode:
– COVID-19 (grande bode).
– desempenho muito superior do concorrente.
– cancelamento de um contrato grande.
– atraso de pagamento de uma encomenda por parte do governo.
Mas e os problemas estruturais da sala? Qual atenção e energia tem sido dispensada a eles? Tem resolvido as não conformidades? Tá melhorando o nível de serviço ao cliente? E o tempo de passagem para atendimento do pedido? Tá fazendo alguma coisa? Esta capacitando e retendo teu pessoal?
É, o bode será tirado da sala, mas essa saída não pode trazer a sensação de alívio e de bem estar. Os problemas continuam lá e eles não se resolvem sozinhos.
Quem será o agente que irá resolvê-los?
Josadak Marçola