Custo é um objetivo universalmente atraente. Todo mundo gosta de preço baixo. se for bom e bonito, então!
No varejo, quando existe uma grande fila de pessoas – excluindo-se situações de desabastecimento como a que vivemos recentemente em relação ao combustível – na grande maioria das vezes, trata-se de produtos em promoção, com baixo preço, que em muitas ocasiões são adquiridos mesmo sem haver necessidade premente, mas como estava barato…
Já os executivos são aficionados por redução de custo, denominados de Economia (Savings). Reduzir custos, reduzir custos, reduzir custos, ….é um mantra recitado nas empresas – em reuniões, almoços, corredores e cafezinhos. Em muitos casos são feitos quando a empresa está numa situação frágil – competitiva, operacional e financeiramente falando. As dificuldades financeiras de fluxo de caixa são agentes indutoras e protagonistas dessas ações. O ideal é efetuar a redução de custo de forma planejada e gradual, quando a companhia se apresenta saudável em todas as dimensões.
Aborda-se custo direto, custo indireto, custo fixo, custo variável, custeio por rateio, custeio por absorção, custeio ABC, entre outras formas. Porém, pouco destaque é dado ao custo do descontrole. Em diversas vezes não são críveis e mensuráveis. Em outras ocasiões não são transparentes. O fato é que muitas empresas não utilizam esse termo e nem sabem do que se trata ou como abordá-lo.
Os Custos de Descontrole são consideráveis, retiram competitividade e lucratividade das empresas, trazem stress ao ambiente de trabalho, prejudicam o clima organizacional, ocasionam ruído e desconfiança na comunicação interna e externa.
Ao executivo atento, representa uma grande oportunidade de melhoria dos resultados quantitativos e qualitativos, quer seja alimentando de forma integral o EBITDA, quer seja trazendo confiabilidade e robutez aos processos de negócios realizados longitudinalmente na estrutural organizacional da companhia.
Alguns exemplos representativos de custos de descontrole: multas por atraso, baixo nível de serviço, excesso de inventário, lotes mal dimensionados, grande quantidade de horas extras, muitas contagens de estoque devido a baixa acurácia do inventário, elevado número de não conformidade, alta obsolescência de itens, constante fracionamento de pedidos, fretes aéreos, quebras de lotes, contratos de serviços desnecessários, entre outros.
O controle, assim como o planejamento, a organização e a direção – as 4 funções administrativas – é essencial para uma boa gestão. Como sempre existem os trade-offs. O controle custa, controle demais é burocrático, falta de controle é caótico, porém o descontrole é muito caro.
Trabalhar no controle é trabalhar na prevenção, no exemplo, na busca pela melhoria contínua dos processos de negócio, na orientação firme pelo resultado duradouro, advindos da ação de fechar paulatinamente a torneira desses custos desnecessários para o funcionamento da empresa.
Pode ser mais trabalhoso do que reduzir folha de pagamento, salários, benefícios, corte de headcount, treinamentos, entre outros, porém o resultado positivo será gradual, contínuo, duradouro e progressivo, provocando um despertar na consciência de todos os colaboradores.
Josadak Marçola