Estes dias estava em alguns clientes realizando trabalhos de consultoria, e como de costume prefiro ficar alocado junto com os funcionários, no setor/departamento no qual realizo o projeto. Penso ser mais adequado, pois facilita a comunicação, traz aproximação com a equipe, tomo conhecimento na fonte da forma de atuação, problemas existentes, forma de atuação de cada colaborador, entre outros.
Em vários clientes, uma palavra me chamou atenção; “urgente”. Tudo era urgente. Cadastro do item, recebimento da matéria prima, término da pintura, conclusão da montagem, e assim por diante.
Isso, além da ênfase – “mas é urgente, viu”!
Logo, lembrei-me de uma frase de gerente no início da minha carreira como engenheiro de produção: “Urgência não é data”. E não é mesmo
Urgência é estado temporário motivado por uma situação que exige uma intervenção imediata, sem adiamento e transferência.
Esse termo, usado comumente na área médica, jurídica ou em casos de acidentes, desastres ambientais, entre outros, tem diso utilizado de maneira indiscriminada em ambientes industriais, atingindo patamar de plena banalização. Isso conduz a uma situação onde tudo é URGENTE.
Logo, o urgente já não é suficiente para caracterizar uma ação imediata. Outros termos são criados: “MAIS QUE URGENTE” e URGÊNCIA URGENTÍSSIMA. Ás vezes, a criatividade avança, e utiliza-se de tarja vermelha, assinatura do gerente, folha de diferentes cores branca, rosa, vermelha …
De repente, o sistema é regido por diferentes Classes de URGENTE.
E URGÊNCIA não é data. Se 3 pedidos são urgentes, qual executar primeiro?
Josadak Marçola